quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Andarilha de desertos perdidos

Foto Jean Benoit


Vem comigo,
olha pra trás e vê
o quanto de areia já pisei
buscando teu rastro...

quanto de suor,
pelo meu rosto, já escorreu
enquanto buscava teu olhar...

quanto de lágrimas
em minha garganta esmaguei
enquanto esperava por teu amor...

quantas letrinhas
fui desenhando em meu chão
enquanto escrevia "saudade"...

Andarilha no teu amor...
Eu, sempre só...!

Guidha Cappelo


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Come with me,

Look back and see

How much I have walked in the sand

Looking for your footsteps…

How much sweat

Has run in my face

While I searched for your eyes…

How many tears

Smashed in my throat

While I waited for your love…

How many small letters

In the sand I designed

While writing “saudades” (I miss you)

Messenger I am of your love…

Me…lonely me…

COM O PASSAR DA VIDA...



O que mais doeu foi ver
aquele olhar apertadinho
que me dizia: "És minha";

aquele toque suave de teus dedos
que sussurravam: "Sou teu";

aquele segurar na minha mão
apertado, dizendo: "Vamos";

aquele penetrar em meus olhos
explicando: "Te amo por isso também"

Ver tudo isso se esfumaçar
sentindo o vazio se aproximar...

se perder na neblina do passado...
ver tua alma sumindo a meu lado...

Ver-te indo embora, dia após dia...
levando contigo a paz e a alegria...

Mas o que mais me doeu foi ficar calada,
imóvel, sem conseguir fazer NADA!

Guidha Cappelo


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CALEIDOSCÓPICA





Foto Jean Benoit

Tradução: Tania Belfort


012.jpg

KALEIDOSCOPIC

So am I

Similar to a kaleidoscope
Multifaceted
Multicolored
Multicontinental,
Many...Many...Many
Incessant mutations
In a crazy movement
Until someone comes and
zap!
the light expands!


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CALEIDOSCÓPICA

Sou assim

Similar a um caleidoscópio,

Multifacetada,

Multicolorida,

Multicontinental,

Multi... Multi... Muitas,

Incessantes mutações,

Em louco movimento!

Até que chega alguém e

Pimba!

010.jpg012.jpg

E a Luz se expande!



Guidha Cappelo

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ser artista me resgata!


Parede interna do clube "Sítio Alma Tropical"
Pintura: Guidha Cappelo Foto: Jean Benoit



Ser artista

É minha forma de me acompanhar,

de me ser, de me estar

no espelho vendo a vida

pra me sentir absolvida!


É poder usar esse som bucólico

Da água caindo no rio

E transformá-lo em peça musical,

qualquer coisa meio angelical...

Isso me faz cantar!



foto Jean Benoit


É me embriagar com o reflexo

Do nascer do dia na água

E reconhecer nele a minha alma,

refletindo uma espécie de calma...

Sinto vontade de rezar!


É ver a volúpia dos peixes

Se enroscando numa dança sensual

E me deixar enfeitiçar pela imagem

na transparência instigante da miragem...

Meu corpo começa a dançar!!


Ser artista

é perder o medo de me perder

Em nuances de cores, flores

odores, amores e até de dores,

sem esquecer os sabores!

Huum! Isso me deixa furta-cor!


Ser artista

é também não mais me deixar perder

No parêntese de outra espera

Nas pontes de outros leitos

de amores quase perfeitos

Agora não fico mais desesperada!



foto Jean Benoit

Ser artista,

é mostrar as marcas de outros risos,

beber a doçura de um novo beijo

deixar a alma respirar

e o corpo todo levitar...

Tudo isto me deixa artista!


Tem dias que pra ficar alegre e forte,

Vibrante, leve, confiante,

Preciso ESTAR artista!

Mas tem dias... de Amor, de Paixão.
que preciso apenas ser EU!


Enfim, ser artista pra mim

É resgatar a minha vida do espelho!


Guidha Cappelo

PLANTADORA DE SONHOS

Foto Jean Benoit


Às vezes penso que não sou uma artista!
Sou apenas uma sonhadora
que gosta de levar sonhos
a quem precisa sonhar!

Guidha Cappelo

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Dream planter


Sometimes I feel

I am no artist

Only a dreamer

Who likes to take dreams

To whomever needs them!

Guidha Cappelo

A EMOÇÃO

Foto: Jean Benoit


Meu lado emocional

É tão espaçoso

Que vira e mexe

Invade o outro lado

Deixando a razão

Totalmente sem graça!


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EMOTION

My emotional being

Is so spacious

(so pretentious)

That tosses and turns

Invading the other side

Abandoning reason

To her despair!!!

Nessas horas de saudade...

Foto Jean Benoit


Nessas horas de saudade

Em que aqui dentro

Não tem ninguém

Busco sempre teu olhar

E isso me faz tão bem!


Desse espaçoso VAZIO

Que insiste em me acordar

Me assusta, me arrepia...

Aí sirvo o café, abro a porta

E digo: Tenha um bom dia!


Volto pra cama e te vejo

Como eu gostaria de estar,

Dormindo, tranqüilo, sonhando,

E noto em teu rosto o traço

Que eu vivo poetizando!


Fico olhando esse teu traço,

Que me embebeda só de olhar,

Traço de desejo, de saudade,

E minha alma passa errante

Pedindo perdão pela ansiedade


De longe te amo tranqüila

Acreditando ser o bastante

Que nem a mim já me convence

O que preciso é esquecer teu traço

Pois o resto já não me pertence!


Preciso viajar sozinha

Não me perguntem por que só

Nem sei se levo o coração

Só levo a mim e a pergunta:

Porque tudo tem que ser NÃO?

Guidha Cappelo

Amar...

Foto Jean Benoit


Amar,

Essa magia poderosa

Que concede a dois seres

A permissão de fazer

suas almas RESPIRAREM!


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To love,


This powerful magic

Which grants two beings

the allowance of letting

their souls breathe!


Guidha Cappelo

A Paz mesmo que de longe...



máquina Jean 242.jpg
Foto Jean Benoit


Ás vezes sento na praia

Olhando o horizonte,

Do outro lado, bem em frente,

A minha terra...

Se fechar os olhos

Toco com os dedos...

A alegria juvenil da saudade

me inebria!

Se abrir o coração

Sinto o calor do deserto...

E suas areias reboliças

me entontecem!

Se soltar a alma

Ouço os batuques da senzala...

Festejando o anoitecer!

Me conecto!

Mas se despertar

Sinto no ar o aroma,
O sutil aroma da Paz!


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PEACE PRESENT NO MATTER HOW FAR

Sometimes I sit on the beach

Looking at the horizon

On the other side, way on the other side

My country land…

If I close my eyes

I will touch with my fingers

The joyous days of my youth!

If I open my heart

I will feel the heat of the desert

With its moving sands!

If I free my soul,

I will hear the drums of the slave quarters

Saluting the evening!

But, if I awaken

I will feel the gentle smell,

The subtle aroma of Peace!


Guidha Cappelo

A jangada partiu de novo...



máquina Jean 358.jpg


A jangada partiu

E eu fiquei presa a meus sonhos...


Escolhi o medo,

ao invés do amor...?

Espremi meu coração

E uma lágrima desceu...

A paisagem me abraçou

Me acolheu...

Meus dedos tocaram as ondas,

Me purifiquei...

O ar da praia inundou minh’alma

Me libertei!


Não! Eu escolhi o amor,

ao invés do medo!!!

Respirei profundo...

Livre de novo!

Com o passar da vida...

Andarilha de desertos perdidos

Foto Jean Benoit


Vem comigo,
olha pra trás e vê
o quanto de areia já pisei
buscando teu rastro...

quanto de suor,
pelo meu rosto, já escorreu
enquanto buscava teu olhar...

quanto de lágrimas
em minha garganta esmaguei
enquanto esperava por teu amor...

quantas letrinhas
fui desenhando em meu chão
enquanto escrevia "saudade"...

Andarilha no teu amor...
Eu, sempre só...!


Guidha Cappelo


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Walker lost the deserts
or
Desert Drifter

Come with me
look back and see
how much sand has gone under my feet
while seeking your trail ...

How much sweat,
has poured down my face,
while searching for your eyes ...

How many tears
choking my throat
while waiting for your love ...

How many times did I use small letters
to draw in my inner world
the words “I miss you...”.

A drifter for your love
I am...always alone ...


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Com o passar da vida...

máquina Jean 123.jpg

Foto Jean Benoit

O que mais doeu foi ver
aquele olhar apertadinho
que me dizia: "És minha";

aquele toque suave de teus dedos
que sussurravam: "Sou teu";

aquele segurar na minha mão
apertado, dizendo: "Vamos";

aquele penetrar em meus olhos
explicando: "Te amo por isso também"

Ver tudo isso se esfumaçar
sentindo o vazio se aproximar...

se perder na neblina do passado...
ver tua alma sumindo a meu lado...

Ver-te indo embora, dia após dia...
levando contigo a paz e a alegria...

Mas o que mais me doeu foi ficar calada,
imóvel, sem conseguir fazer NADA!

Guidha Cappelo

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AS LIFE PASSES BY


How it hurt,

To see your tightened look

Telling me: “You are mine”.


The soft touch of your fingers

Whispering: “I am yours”.


That strong hold of my hand

Saying: “Let’s go”…


Your eyes penetrating my soul

Explaining: “I also love you for this”…


See all of this be withered away

Feeling the coming of emptiness…


Lose myself in the mist of the past,

And see your soul dissolving by my side…


Watch your departure, day after day,

Taking with you peace and happiness…


However, to have remained silent

Motionless, unable to do anything,

That was my greatest pain!